Comunicado de imprensa
Cerca de 200 vegetarianos e veganos manifestaram-se, de 14:30 às 19:00 horas, no sábado, dia 13 de outubro, em Paris (na Fontaine des Innocents) para expressarem o orgulho de não participar do massacre cometido contra os animais.
Independentemente de outros argumentos que possam ser citados a favor do vegetarianismo/veganismo, os participantes desejaram afirmar que o fato de levarem em conta os interesses dos animais constitui uma razão suficiente para não devorá-los ou prejudicá-los de qualquer outra maneira.
A prefeitura havia imposto uma manifestação estática, por isso, os participantes realizaram uma caminhada simbólica em torno da Place des Innocents, levantando várias faixas e cartazes com mensagens contra a exploração e o sofrimento dos animais. A programação alternou canções e testemunhos dos vegetarianos e veganos que denunciaram as práticas de nossa sociedade que rouba dos seres sensíveis o bem mais precioso que eles possuem - sua própria carne, sua própria vida - pelo único e fútil prazer de satisfazer seu paladar, seu hábito, por tradição.
Os participantes também denunciaram a vegefobia que os vitima cotidianamente: o vegetarianismo, porque questiona a legitimidade do enclausuramento e da morte de bilhões de animais, porque rompe a lei do silêncio, é renegado, ignorado, ridicularizado, quando não é difamado. Os manifestantes exortaram todos os outros vegetarianos e veganos do mundo a realizarem seu «coming-out» nessa sociedade maciçamente carnívora que se esforça em reduzir-nos ao silêncio. Eles se obstinaram a deixar claro que desejam exercer plenamente seus direitos, pois são os seus e, sobretudo porque são os únicos direitos dos quais os animais possam, hoje em dia, indiretamente, se beneficiar.
Ao longo desta tarde, os manifestantes distribuíram mais de 8000 panfletos (alguns foram especialmente elaborados para a ocasião, outros foram feitos por diversas associações), todos destinados a promover o vegetarianismo e a questionar os princípios da exploração e da opressão dos animais. Foram servidos sanduíches com patê vegetal e algumas barraquinhas venderam diversos tipos de material militante enquanto outras distribuíram vários tipos de material informativo (diversas publicações, petições etc.).
A primeira Veggie Pride foi apoiada e transmitida na França e na Bélgica pelas seguintes associações: Alliance pour la Suppression des Corridas, Alliance Végétarienne, Association Végétarienne pour l’Egalité Animale, Association Végétarienne du Plessis-Trévise, Equipe Sportive Végétalienne, One Voice, Veg’ Asso, Veg’ et Chat, Vegi-info Belgique, como também pelos Cahiers antispécistes. Entretanto trata-se de um evento organizado por vegetarianos e veganos que agem a título individual, e não através de um projeto que emane de uma coalizão de associações.
Várias imagens da manifestação foram mostradas pelos canais de televisão FR3 e pelo Canal+, e o evento foi mencionado antes do dia 13 de outubro em alguns meios da imprensa belga.
Após o impacto desta primeira Veggie Pride e das reações de apoio recebidas pelos organizadores ao término do evento, tudo leva a crer que as futuras Veggie Pride serão maiores e se tornarão um evento inevitável com relação ao vegetarianismo pelos animais.
Desde o início, decidiu-se que a manifestação representaria a expressão de indivíduoas, e não de associações.
Trata-se de indivíduoas que recusam a carnificina e que devem reivindicar esse ato. O que não implica a exclusão das associações militantes; simplesmente decidimos que estas não figurariam no desfile enquanto tais, quer dizer, usando suas próprias insígnias. Por outro lado, as associações, assim como os indivíduoas podem distribuir seus próprios panfletos. Nós também solicitamos às associações que essas declarassem seu apoio à manifestação. Uma dezena delas o fez para a primeira Veggie Pride e mais da metade o fez (no início de fevereiro) para a segunda. No seio de algumas associações, este pedido de apoio ao nosso manifesto suscitou um debate interno sobre a questão do carnivorismo, e isso já representa algo bom.
Quanto às pessoas, várias expressaram, na noite do 13 de outubro, a emoção de poder enfim, dizer, pública e livremente, o que sentem, a revolta face ao tratamento sofrido pelos não-humanos e a recusa por terem de esconder suas idéias e sentimentos. Houve a idéia de não esperarmos um ano para organizarmos a segunda Veggie Pride, cuja data foi então fixada na primavera, no dia 18 de maio.